Que se afunde com a bosta

A Estátua de Sal

(Daniel Oliveira, in Expresso Diário, 19/09/2016)

Autor                                  Daniel Oliveira

É sempre difícil decidir se se escreve e fala sobre livros como o que escreveu José António Saraiva. Porque correspondendo a uma baixeza que deve ser combatida por todos os meios legítimos, atacá-lo é promovê-lo. E promovê-lo é ajudar a vendê-lo e a cumprir o seu único e verdadeiro objetivo. O ataque ao autor torna-se uma espécie de prémio ao autor. Dizer que uma bosta é uma bosta ajuda a vender a bosta. Porque ser bosta é o seu maior valor comercial. Aliás, o lado imoral da obra tem sido promovido pela própria editora e por um ou outro idiota que defende esta nojeira.

Por outro lado, falar do livro é falar de coisas que estão escritas no livro. E falar de coisas que estão escritas no…

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Eu, zelota da privacidade

A Estátua de Sal

(José Pacheco Pereira, in Público, 24/09/2016)

Autor                     Pacheco Pereira

A última coisa de que precisamos é que livros abjectos se tornem vulgares, aceitáveis, e impunes. Cá por mim, sou um zelota desse combate.


No seu editorial de anteontem, a propósito do abjecto livro de Saraiva, o PÚBLICO resolve fazer um daqueles exercícios salomónicos que infelizmente ajudam, do meu humilde ponto de vista, sempre os infractores, criando um falso equilíbrio entre dois lados de uma questão, como se houvesse neste caso excessos equivalentes numa matéria tão delicada como é a privacidade. Refere, em contraponto a Saraiva, aquilo a que chama os “zelotas da privacidade” e como eu não conheço muitos, não me importa de enfiar a carapuça. Sim, sou um zelota da privacidade e todos os dias fico mais zelota, porque o contínuo ataque à privacidade e mesmo, como é este caso, à intimidade, o hábito de a violar sem…

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Ó Subir Lall, vai à bardamerda

A Estátua de Sal

(In Blog, O Jumento, 23/09/2016)

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(Comentário da Estátua de Sal: Deve estar com falta de charutos, logo temos que aumentar a austeridade e cortar nas pensões para o personagem comprar mais umas caixas de havanos.)


Subir Lall, controleiro da Madame Lagarde para Portugal, deve achar os portugueses são uns atrasadinhos e, por isso, de vez em quando, sente-se na obrigação de dar umas explicações aos indígenas deste país. Como estes senhores do FMI não sabem muito bem o que é uma democracia o Subir Lall gosta muito de mandar recados quando acha que pode ser politicamente útil aos que defendem que a melhor forma de resolver os problemas do país é tirar o escalpe a trabalhadores e pensionistas.
Desta vez este alarve é manchete em muitos jornais dizendo que já não há tempo para corrigir o défice deste ano. Enfim, o Senhor de la Palice dão teria conseguido ser tão…

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Classe média, a camuflagem de ricos e desafogados

A Estátua de Sal

(Daniel Oliveira, in Expresso Diário, 21/09/2016)

Autor                          Daniel Oliveira

Estava eu a falar com uma amiga quando ela me diz, a propósito de uma possível mudança de escalões do IRS que não ponha no mesmo barco remediados e desafogados, que nós, eu e ela, éramos um excelente exemplo do que é a classe média em Portugal. Empalideci. Talvez tenha uma vantagem sobre a minha amiga: eu venho da verdadeira classe média nacional, que contava escudos ao fim do mês e a quem, apesar de não faltar o essencial (o que nos afastava da pobreza), faltavam escudos e sobrava mês. Sei bem que hoje, não sendo rico, não sou o melhor exemplo do que é a classe média portuguesa.

O que intuía confirmam os números. Verificada a coisa, pertenço, sem fortuna nem nada que se pareça, aos 2% mais ricos…

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O meu cepticismo

A Estátua de Sal

(José Pacheco Pereira, in Sábado, 16/09/2016)

Autor                  Pacheco Pereira

Num debate recente afirmei a minha convicção de que a “geringonça” não ia durar muito. Só não fiquei no “clube da catástrofe” liderado por Passos Coelho porque ele deseja ardentemente que ela não dure, e eu penso que é positivo que dure, mas não tenho muita esperança. Um assistente ao debate perguntou-me: “Porque é que diz isso?”. E eu respondi: “Não é por desavenças interiores, é por causa da Europa.”

O que é que significa esse “por causa da Europa”? Aquilo a que hoje se chamam “regras europeias”, que não são nem regras, nem europeias, é uma receita para a estagnação económica, acompanhada pelo aumento das desigualdades e pela destruição da mobilidade social. Ou seja, a conjugação do Tratado Orçamental – que convém dizê-lo não é um Tratado “europeu”, mas apenas de uma parte de países europeus – com a condução…

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dr. Carlos & juiz Alexandre

Eu, Canhoto

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Vamos então começar pelo princípio. E para isso urge uma declaração de interesses e de desinteresses. Vamos por pontos. Depois o sumo.

  • A justiça não se pratica na comunicação social (há excepções, sim, mas que não acolhem o caso a que me refiro).
  • Um Juiz não dá entrevistas nem se pronuncia, ao de leve que seja, sobre casos que tem em mãos, tentando fazer prova da sua dignidade e aptidão.
  • Por igual razão (não maior, mas igual), o Juiz que tem em mãos a Operação Marquês não dá entrevistas. Ainda que não fale do caso, fala do caso, ao dizer do quão isento é. Do quão digno é. Quando assevera que as pessoas não o devem temer. Temo um Juiz que publicamente garante que não o devemos temer.
  • Nas últimas eleições em que Sócrates foi eleito, não só votei nele como fiz campanha por ele.
  • Hoje, e nada do que digo…

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Um juiz baralhado

A Estátua de Sal

(Daniel Oliveira, in Expresso Diário, 12/09/2016)

Autor                             Daniel Oliveira

Fosse Carlos Alexandre apenas Carlos Alexandre e a entrevista que deu à SIC não teria qualquer interesse. Estaríamos apenas perante um autoelogio de 40 minutos feito por um homem que diz que não pode concorrer a lugares superiores porque não tem tempo para ir a seminários ou escrever livros e que se define com um termo cuja autoria atribui a terceiros: “o saloio de Mação”.

Toda a entrevista é o retrato de um homem culturalmente complexado e que revela, pelo menos por o que diz, graves problemas de socialização. Um retrato que faz questão de pintar com tintas fortes: almoça sozinho, gaba-se de não ter amigos, é um escravo do trabalho sem férias nem alegrias.

O autorretrato é vulgar mas popular no imaginário da miséria nacional. Trabalha ao fim de semana para compor o magro orçamento (dir-se-ia que ganha o salário…

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No sótão da presidência

A Estátua de Sal

(Miguel Sousa Tavares, in Expresso, 10/09/2016)

AUTOR                                      Miguel Sousa Tavares

Do sótão da Presidência de Cavaco Silva emergiu um livro da autoria do seu ex-assessor para a imprensa, campanhas eleitorais e assuntos afins, que confirma aquilo que seria de esperar: de um autor menor nunca sairá uma história maior. A história das frustrações longamente recalcadas de Fernando Lima — pelo que por aí tem vindo citado e referente às únicas coisas que justificarão a curiosidade pela pequena história — é apenas um relato pessoal, parcial e por vezes assumidamente vingativo do seu autor. Se alguma coisa ilustra, por osmose e pelo exemplo em causa, é a miséria ética e política de uma Presidência que acabou com um descrédito e um desprezo geral nunca antes alcançado por aquelas bandas. No sumo e no sangue…

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Qual é o problema com o que disse Paulo Rangel?

A Estátua de Sal

(José Pacheco Pereira, in Sábado, 05/09/2015)

O que Paulo Rangel disse é muito fácil de compreender e faz parte do vale-tudo que os que ainda não perceberam no que estão metidos, continuam a não perceber. Saliente -se que não é novidade nenhuma. Quem leia o Observador e os comentadores pró-governamentais já encontrou o mesmo tipo de argumentação. Começa-se pelo tema muitas vezes subliminar das mudanças: Portugal mudou muito. Depois, passa-se para as pessoas, para definir amigos e inimigos, quem está connosco e quem esta contra nós. É uma prática habitual nas guerras civis e, de novo, os que ainda não perceberam no que estão metidos, também não perceberam. As pessoas separam-se entre os “velhos do Restelo” e os jovens “empreendedores”. Separam-se entre os que não perceberam que “o País é outro”, em primeiro lugar porque não o desejavam – o innuendo é porque ou tem interesses ou beneficiavam do Portugal…

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Análise ou vontade

A Estátua de Sal

(José Pacheco Pereira, in Sábado, 09/09/2016)

Autor                Pacheco Pereira

Uma das coisas que mais me diverte é ver alguns comentários a destilarem tristeza e nostalgia com o PCP e o BE dizendo qualquer coisa como “olhem como eles eram e vejam como eles são”. Bizarras saudades, não dos partidos poderosos e reivindicativos, mas dos tempos em que eles estavam fora do poder e esbracejavam impotentes na oposição. Ah!, como a gente os percebe!

Outro é o olhar que não vê o que está à sua frente, mas aquilo que desejariam que estivesse à sua frente. Todas as semanas a chamada “agenda mediática” se centra na crise da “geringonça”. É desta que vai acabar, ou porque Catarina disse o que disse (sendo que ela não disse bem aquilo que se diz que ela disse…), ou porque o PCP quer romper com a Europa e por…

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