Cidadão imperfeito, primeiro-ministro mais do que perfeito

A Estátua de Sal

(Nicolau Santos, in Expresso Diário, 06/03/2015)

Nicolau Santos

As dívidas ao fisco e à segurança social são como as pastilhas elásticas: quando se colam aos sapatos é muito difícil arrancá-las. Quando se colam ao caráter, os estragos ainda são maiores. A credibilidade fica para sempre suja e pegajosa e nada a volta a ser como era.

Fora da sua carreira política, Pedro Passos Coelho nunca trabalhou – mas tinha um emprego. Presidia ao Centro Português para a Cooperação, uma ONG concebida pelo Grupo Tecnoforma para obter financiamentos comunitários destinados a projectos de formação e cooperação. Nunca de tal atividade saiu nada que se visse – a não ser despesas de representação que foram pagas a Pedro Passos Coelho. E dessa insana atividade profissional também saíram chatices, que são agora do domínio público.

Pedro Passos Coelho tem-se desdobrado por estes dias em declarações sobre as suas dívidas à Segurança Social e ao fisco…

View original post mais 690 palavras

O Entroncamento de Montenegro

A Estátua de Sal

Luís Montenegro                           Luís Montenegro

Desde sempre ouvi dizer que o Entroncamento era, em Portugal, a terra dos fenómenos. Uma origem plausível para esta denominação remonta à década de 50, altura em que um comerciante local colocou na montra do seu estabelecimento uma abóbora gigante, ou ‘fenomenal’ – pesava 50 Kg -, de modo a atrair a atenção dos transeuntes.

Contudo, perante alguns factos recentes que se vão sucedendo, sou levado a questionar se o país não estará a tornar-se um gigantesco Entroncamento. Poderia elencar algumas dúzias de eventos estranhos, mas vou-me focar apenas num que merece foros de destaque.

Hoje mesmo, em pleno debate na Assembleia da República, saiu-se o deputado Montenegro do PSD com uma pérola discursiva que está ao nível da referida abóbora fenomenal.  Disse ele que o cidadão Passos Coelho é a pessoa mais bem preparada, em Portugal, para conduzir o país nos próximos cinco anos.

Ora, quando tal…

View original post mais 867 palavras